Onze histórias recuperam a infância não só de Rachel de Queiroz mas de todos aqueles que algum dia foram crianças. A escritora, nascida e criada no Ceará, fala do Brasil do Norte e do Sul, que ela também conhece, porque aos 21 anos mudou-se para o Rio de Janeiro. Narra os costumes da região e faz um paralelo entre a vida dos pobres e ricos, das moças do interior e da capital...
Com gosto de doce lembrança, Rachel recorda, em Capote, do palhaço e mágico abandonado pelo circo, em Junco. É a magia do circo que marca as recordações de qualquer infância. Já não tão boas quando o assunto é escola. As palmatórias, abolidas nos dias de hoje, são, para a autora, uma das boas coisas da evolução do mundo. ´Algum tempo depois, inaugurou-se a chamada ´Escola Nova`. Acabaram com a tabuada, com a sabatina e com a palmatória. Acho que foi boa a idéia.`
Em Vida de Hoje, Rachel diz que atualmente as crianças precisam aprender a enfrentar a vida, porque as mães tiveram que sair de casa para o mercado de trabalho. Já Menina do Interior lembra que na roça as meninas de oito anos precisam ajudar a criar seus irmãos.
Rachel não esquece das vovós, do Natal, das festas de aniversário, de São João, dos brinquedos, assim como do clima do sertão. ´O sertão ressuscita, vestido de verde, e é a coisa mais linda do mundo.` Encerra o livro com Trovas Populares. Ótima opção de leitura para mostrar aos pequenos um pouco do país no passado e no presente; e discutir tais temas em salas de aula.