“Muitas considerações há com que a alma devota maravilhosamente se sustenta; porém nenhuma lhe é tão deleitável como cuidar em vós, em vós meditar e contemplar. Que grande é, Senhor, a abundância da vossa doçura, que maravilhosamente a derramais nos corações dos que vos amam! Que inefável é a suavidade do vosso amor, de que gozam os que nenhuma outra coisa amam fora de vós, nem outra coisa buscam, nem apetecem, nem também desejam meditar. Bem-aventurados aqueles que só em vós têm estribada a sua esperança; e só a oração lhes leva todo o seu cuidado e aplicação! Bem-aventurado o que permanece solitário, e se conserva inalterável e descansado, cala e vigia continuamente assim de noite, como de dia, sobre si, para que, ainda estando gravado com a pesada carga deste corpo miserável, possa gostar alguma gotinha da vossa suavidade e doçura; porque já começa a ser na Terra o que há de ser eternamente no Céu”.