"Os escritos de Maquiavel estão repletos de contradições que os mais astutos cientistas políticos ainda lutam para conciliar. Terá sido ele, realmente, um teórico do despotismo mão-de-ferro? Muitas das afirmações em O Príncipe estão em desavença com trechos de Discursos...A chave para algumas dessas ambigüidades pode estar na natureza do próprio homem. As muitas atividades de Maquiavel - diplomata, dramaturgo, poeta, historiador, teórico político, fazendeiro, engenheiro militar, capitão de milícia - fazem dele, assim como seu amigo Leonardo da Vinci, um autêntico homem da Renascença."

O Príncipe, a obra clássica de Maquiavel sobre o poder - como consegui-lo e como mantê-lo - tem exercido enorme influência através dos séculos, inspirando um misto de admiração, medo, e contentamento. Seu autor, um jovem prodígio da classe média florentina no período da Renascença, no entanto, nunca foi príncipe. Maquiavel (1469-1527) foi servidor e diplomata da República de Florença e teve algum prestígio em seu tempo como autor de comédias e poemas. Após o retorno do clã dos Medici ao poder, ele foi exonerado do governo que havia servido por décadas e refugiou-se em sua fazenda.

Em uma elaborada e instigante biografia, Ross King resgata a imagem de Maquiavel da caricatura, descrevendo em detalhes o vibrante contexto político e social que influenciou seu pensamento, e ressalta a humanidade de um dos mais importantes filósofos políticos da história. O Maquiavel de Ross King freqüenta astrólogos, produz vinho, percorre a Europa a cavalo como diplomata, e é um estudioso apaixonado da antiguidade - mas, sobretudo, um observador perspicaz da natureza humana.