Ao comemorar dez anos de atividades na cidade de São Paulo, a Pinakotheke apresenta a exposição MANABU MABE (1924-1997) ANOS 1950 E 1960 que reúne trinta e seis pinturas, a maioria, obras inéditas, das décadas de 1950 e 1960 e publica um livro correlato de autoria de Paulo Herkenhoff, uma iniciativa do Banco BTG Pactual.

Sobre o artista, comenta o crítico Paulo Herkenhoff: “No segundo pós-guerra, os japoneses rompem o confinamento cultural. Para a geração de Tomie Ohtake, Manabu Mabe e Flávio-Shiró, não se tratava apenas de representar o ambiente ou participar da cena, mas de se integrar no novo processo e pintar como movimento de subjetivação.

Nesses artistas, ocorre algo da ordem da constituição do sujeito – o pintor com uma diferença cultural marcante – com sua identificação ao significante. A arte é campo a ser pensado a partir do problema introduzido por Freud e desdobrado por Lacan.

Estaríamos diante de uma espécie de instância identificatória. Aqueles artistas brasileiros nascidos no Japão trazem um traço, um nome próprio ideogramático (e a língua, o olhar, a caligrafia pictórica, uma visão de mundo que expande o campo da pintura). A pincelada com valor caligráfico é, pois, do traço destes artistas.