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O volume 3 - Eis-me aqui - escritas de si — reúne textos que discutem algumas formas em que o “eu” se escreve/inscreve. O objetivo é lançar um olhar mais amplo que as repetitivas discussões sobre a questão da escrita de si e buscar outras formas de apreensão das inúmeras transações que o “eu” estabelece no fluxo ininterrupto da vida. Assim, o artigo da psicanalista Maria Silvia Bolguese - A clínica psicanalítica em tempos sombrios, - discute a porosidade entre o público e o privado observada na sua clínica, sob a perspectiva da turbulência política atual. Em Escrita confessional e desescritas de si: entre Agostinho e Nietzsche, Alexandre Marques Cabral estabelece uma aproximação singular entre as Confissões, de Santo Agostinho, e as “cartas da loucura”, de Nietzsche. Em ambos os textos, aposta Alexandre, a afirmação de si organiza-se, na verdade, como uma desistência de si, uma desescrita de si. Philippe Lejeune, em O diário de Hélène Berr, acompanha o deslocamento do “eu” que escreve o diário: escrito durante a Segunda Guerra, o diário íntimo da jovem judia é atropelado pela ofensiva nazista e se transforma em testemunho histórico. Em Escrever é preciso, Marcia Huber faz uma interessante aproximação entre Quarto de Despejo, de Carolina de Jesus, e Diário de uma mulher desnecessária, de Lena Christ, considerada atualmente uma das maiores escritoras da Bavária. Carolina e Lena testemunham uma imperiosa necessidade de consignar em seus diários a extrema fragilidade e precariedade de suas vidas - a escrita como carta de alforria. No tríptico #mulheresantenadas são reunidos excertos das memórias e diários de três notáveis mulheres: Marie d´Agoult, também conhecida como a “Maria Antonieta de esquerda”, aristocrata e republicana durante a Revolução proletária de 1848, Marie fala a partir de uma perspectiva singular, de um não-lugar que escapa ao olhar aligeirado; o diário da jovem russa Marie Bashkirtseff, artista plástica, feminista atuante, que morrreu jovem mas deixou um legado nada desprezível; e excertos de Hospício é deus, diário da cronista e escritora Maura Lopes Cançado, uma obra difícil de ser catalogada, devido à peculiaridade de sua condição: internada voluntariamente no Instituto Psiquiátrico do Engenho de Dentro, Maura, esquizofrênica, escreve com uma estranha lucidez: o que ali se lê… delírios e fantasias de uma insensata… uma crítica refinada aos tratamentos psiquiátricos… uma arguta manipuladora da veracidade implícita no pacto estabelecido pela escrita de todo diário… A revista se completa com uma entrevista com Fernando Antunes Coimbra, irmão de Edu e Zico, que teve sua carreira de jogador de futebol brutalmente interrompida pelo regime militar, por ter trabalhado, durante o governo de João Goulart, do Plano Nacional de Alfabetização criado pelo educador Paulo Freire.
Elizabeth Muylaert Duque Estrada
Nome
MAISDEUM REVISTA VOL. III: EIS-ME AQUI - ESCRITAS DE SI
CodBarra
1580107300184
Segmento
Humanidades
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
30/05/2019
Páginas
64
Peso
300,00
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