Malungo é sinônimo de companheiro, camarada. Mafuá do malungo (Global Editora, R$ 47, 264 páginas) é isso: um presente de Bandeira aos seus amigos. Em 1948, ano de sua primeira publicação, apenas 110 exemplares foram impressos e distribuídos exclusivamente entre os mais queridos do poeta. E agora, nesta 3ª edição, retorna às prateleiras com os poemas mais carinhosos e, às vezes, um tanto zombeteiros, típicos de piadas entre colegas, além de um caderno iconográfico com fotos, manuscritos e datiloscritos da época.

Com versos ocasionais, ofertados em aniversários, nascimentos, batizados, bodas ou dedicatórias de livros, a obra é composta por um material leve e despretensioso, que Bandeira hesitava em divulgar amplamente com a justificativa de que não transcendiam a mera circunstância em que foram produzidos. Um livro que representa a figura do “poeta menor”, voltado para o cotidiano desimportante das coisas miúdas, que corrobora com a opinião de que a “poesia está em tudo – tanto nos amores como nos chinelos, tanto nas coisas lógicas com nas disparatadas”.