Este trabalho não quer pensar na interação entre tecnologia, ciência, som e música, assunto este que já vem sendo contemplado em trabalhos musicológicos, mais especificamente na sonologia atual. Diferentemente, ele centra-se na relação que o procedimento composicional e a escuta musical estabelecem diretamente com o conhecimento, introduzindo no debate uma perspectiva eminentemente epistemológica. O livro analisa a percepção musical a partir de critérios cognitivos kantianos, e discute, a partir desses critérios, a teoria kantiana dos juízos de gosto. Além disso, vale-se de ideias apresentadas por Eduard Hanslick, famoso crítico musical que reconheceu que “o ouvir atento” que caracteriza a apreciação de formas musicais possui um componente vinculado ao entendimento.