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O Livro das mil e uma noites é um desses livros que (quase) dispensam apresentações. Algumas de suas histórias e personagens, como Ali Babá e sua caverna, Simbad, o marujo, Aladim e o gênio da lâmpada e a própria Sherazade tornaram-se parte do que se pode chamar de repertório mundial. Poucos desconhecem a história da mulher que conta, a cada noite, uma história diferente para seu amante. Menos lembrado é Sherazade estar condenada à morte. Pois a narrativa começa com o adultério da mulher do sultão. Ele, então, a mata, e para garantir não ser traído outra vez, passa a matar no fim da noite de núpcias as novas mulheres com quem se casa, a um ritmo de uma noiva por dia. Para se salvar, quando chega sua vez Sherazade tece uma trama narrativa na verdadeira acepção da expressão. Pois suas histórias não duram uma noite: duram um pouco menos. Assim, sempre começa a história seguinte antes que a noite acabe, de modo que a curiosidade do sultão a mantém viva por todo o dia, para que, na noite seguinte, complete a história. Que de fato se completa, apenas para que uma nova seja iniciada, mas não terminada.
Outro fato menos conhecido é o Livro das mil e uma noites ser uma obra de mil e uma origens. Tanto no tempo quanto no espaço. Criação anônima, oral e coletiva, é na verdade uma vasta compilação de histórias de várias tradições: além de árabes, também persas e hindus; além de islâmicas, também cristãs (apesar de islamizadas). No Ocidente, seu caminho começa no século XIX, em traduções como a do inglês Richard Francis Burton e do francês Antoine Galland. A de Galland acabaria por se impor, tornando-se a versão conhecida e reconhecida. Porém se trata mesmo de uma versão, mais do que de uma tradução: pois Galland, eivado de preconceitos vitorianos, seleciona histórias e expurga tudo que lhe parece minimamente ofensivo à moral cristã da época (além de “literarizar” a oralidade original). E em se tratando de narrativas de origem popular, em que, além do “maravilhoso”, o escabroso e o sexual muitas vezes se impõem, isso não é pouco (apesar mesmo dos reparos já realizados pela moralidade islâmica).
Pode-se, então, afirmar, sem medo de exagero, que esta edição do Livro das mil e uma noites – com destaque para este volume III, de histórias acrescidas ao ciclo mais antigo visando completar o número indicado no título – traz uma obra paradoxalmente nova, tanto nas versões das histórias como em várias histórias “novas” como em sua organização. O estranhamento, que começa já na sintaxe marcadamente oral do texto, em contraste com a tradição propriamente literária do Ocidente, prossegue em nomes e epítetos: Sherazade torna-se, pela transliteração direta, Sahrazad; Simbad é “Sindabad, o navegante”, etc. Um livro, enfim, ao mesmo tempo conhecido e desconhecido. Como, aliás, o próprio Oriente.
Nome
LIVRO DAS MIL E UMA NOITES VOL. 3: RAMO EGIPCIO
CodBarra
9788525039705
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Capa dura
Idioma
Português
Data Lançamento
Páginas
376
Peso
675,00
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