Um grupo de professores levados pelo apelo da arte estimularam seus alunos de medicina a escrever histórias de pacientes, onde estes relatam suas dores, amores, rancores, temores e esperanças. O resultado é Literatura e Medicina – uma experiência de ensino, um livro que é um instrumento de humanização da “sagrada” relação médico-paciente. Com o objetivo de transformar médicos mais sensíveis e próximos aos fatores que, certamente, influenciam tanto a cura quanto o mal dos pacientes.

Ingressar na faculdade de medicina é para muitos algo próximo a se tornar um aprendiz de feiticeiro. Porém diante de um dia-a-dia exaustivo, entre aulas e pacientes, a mágica vai perdendo o seu encanto. Como acontece com todo o profissional, as diversidades dos caminhos, destinos e sonhos possíveis são esquecidos ao longo do tempo. Há a “prisão” da técnica ou no suposto saber científico. Este livro é uma forma de fazer o médico reencontrar o sonho de menino e a sabedoria de que ser um bom profissional é encontrar o nosso lugar no mundo. Ser um bom médico é antes de mais nada assumir um compromisso com o bem-estar e com a minimização do sofrimento alheio. Mas para realizar esta tarefa é preciso perceber e conhecer o outro, sentir com o outro. Estes poderes mágicos são facilmente revelados pela literatura. Unir a medicina e a literatura é pensar um profissional em toda a sua integridade. É apostar em um mundo sem fronteiras e sem hierarquia de saberes, onde precisamos estar atentos aos nossos múltiplos encontros, para melhor compreender, melhor viver e promover formas diversas de existência.