Os textos que compõem este livro são ensaios de exploração de um lugar teórico-crítico dentro do campo institucional das literaturas de língua portuguesa. Ao mesmo tempo em que fecham um ciclo de pesquisas, pretendem abrir outras perspectivas, pois sua elaboração se iniciou ainda no período de doutoramento na Universidade Federal da Bahia – alguns dos ensaios tiveram versões iniciais para a tese de doutorado, defendida em janeiro de 2006 – e se prolongou por mais alguns anos. Possuindo, portanto, como origem, uma tese universitária, este livro acaba por ser uma espécie de tese da tese. Não são ensaios dispersos e reunidos para formar um livro desmembrado, pois sua unidade é a da progressão na pesquisa literária, teórica, crítica e histórico-cultural. Mas também não pretendem formar um corpus absolutamente coeso e acabado. A tese já não pretendia isso. Repito que são ensaios de exploração, agenciamentos de caminhos e pesquisa de leituras. Por isso, optei por manter o retorno de certos argumentos nos textos onde ocorrem, pois reforçam e amarram o que vai escrito. Em alguns momentos, o levantamento e discussão com a fortuna crítica é maior e mais detido, em outros, o interesse centra-se principalmente na performance de leitura-e-escrita. Subjetivação e performatividade são noções fundamentais para o percurso crítico aqui desenvolvido. Às vezes assomam ao primeiro plano das discussões, às vezes vão para o segundo plano, mas permanecem sempre como o horizonte conceitual de tudo o que aqui vai escrito sobre escrita e corpo.