Linguagem e Significação: Sujeitos Indígenas reúne artigos que refletem sobre o modo de relação dos povos indígenas na sociedade brasileira. Traz artigos de pesquisadores que vivem tanto em regiões com forte presença de povos indígenas quando em regiões onde esta presença já é diminuta. São textos que procuram, por caminhos diversos, refletir sobre os sentidos de índio tomando como ponto de partida para reflexão a chamada Marcha para o Oeste. Mas não esquece que só se compreende o sentido político da Marcha na sua relação com toda a história do Brasil, da qual faz parte todo o processo de colonização. É nestas condições que os sentidos de índio trazem para a discussão o que a Marcha, e não só ela, significa como um processo civilizatório, mantendo o sentido da civilização como um valor que acaba por significar os que nele não estão como os que não fazem parte. Os textos reunidos nesta obra, por pontos de vista diversos, qualificam e enriquecem uma discussão sobre o Brasil, e, mais especificamente, sobre os processos de dominação envolvidos nesta história. Nas três partes do livro (Línguas e dizeres em conflito; Arte, corpo e palavra; Formação, escola e ensino) estão estudos sobre as relações de línguas, da arte e da cultura indígenas, e dos índios com uma instituição decisiva nas sociedades modernas: a Escola. Nesta medida, esta obra traz uma contribuição das ciências da linguagem, não só para os linguistas, mas também para historiadores, antropólogos, filósofos, sociólogos, assim como para todos os que se interessam pela história e pelo real desenvolvimento do Brasil.

EDUARDO GUIMARÃES