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A lógica de uma cena, poética, cinematográfica ou dramatúrgica, pressupõe a sua contextualização. Tempo e espaço históricos, de preferência definidos com contornos claros, geográficos e matemáticos. O ambiente bem definido revelaria, assim, o envoltório da cena ou ação. Temos um problema grave em obras que confundem os espaços e os tempos, e deixam o leitor ou o espectador sem as devidas coordenadas. No caso de Letras para (Des)fazer uma colagem, Eduardo Peyon não apenas desconsidera a necessidade de uma moldura lógica para seu ato poético, mas esmera-se em nos encher de nadas e mais nadas com um prólogo, um epílogo e um apêndice, nos quais o mundo interno torna-se preponderante, e tempo e espaço deixam de ser lógicos ou organizadores, mas ainda assim ele insiste em nos (?) explicar algo sobre as intenções de seu livro. Essa moldura pré e pós-textual, que joga com as versões e suas introversões e extro-versões, oferece um mapeamento das causas ou motivações do autor, ainda que as poesias que compõem o cerne do livro abordem variadas temáticas e ocorra uma dispersão em mosaico. Obviamente, as poesias são confeccionadas com letras e discutem de diferentes formas o estatuto dessas letras. Essa meta-intenção parece ser o ponto de névoa do livro, o lugar do vago: de que colagem se trata? A colagem do mundo interno do eu escrevente? A colagem das letras como meio de comunicação? A colagem entre as pessoas que escrevem e leem usando e atravessando letras? Na epígrafe, o autor afirma que se há um sentido neste livro, ele não é propriedade de ninguém. Esse desafio ao Outro é também um atrevimento ante o cânone: como assim o sentido pode ser tão livre a esse ponto de desautoria? E como um texto com tantas explicações sobre sua origem pode chegar a lugar nenhum? Ora, se uma gargalhada de criança pode, na poesia final, nos despertar para a realidade mundana que realmente vale, não se trataria nessas letras desfazentes de uma aposta nos fingimentos da significação? Pois, mesmo o que for deveras elucidado, continuará sempre como enigma em nossas vidas. Por fim ou por princípio, sejamos descolados nessa leitura! Pero Rodriguez Eustákhio.
Nome
LETRAS PARA DESFAZER UMA COLAGEM
CodBarra
9788582654224
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
20/03/2025
Páginas
100
Peso
200,00
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