A alta letalidade das ações policiais é uma realidade comprovada por estatísticas, um tipo de ocorrência que vem crescendo a cada ano. O fenômeno é notório, o problema, dramático. Como o Estado e as instituições lidam com essa questão? E o que o Direito tem a ver com isso?

Partindo dessas perguntas, Poliana Ferreira elegeu um caso real – duas mortes produzidas em uma abordagem policial – e acompanhou seus desdobramentos, coletando dados de diversas naturezas sobre os processos e os trânsitos do episódio. Construiu então uma abordagem crítica, que revela as lógicas estruturantes que permitem a blindagem da polícia e alimentam estatísticas alarmantes. E com isso propôs uma nova perspectiva de investigação, do ponto de vista jurídico, para um tema muito estudado por pesquisadores e pesquisadoras no campo das ciências sociais, ativistas e militantes antirracismo.
A pesquisa de campo foi realizada pela autora em sua dissertação de mestrado em Direito, defendida na Fundação Getulio Vargas de São Paulo, e cumpre o papel fundamental de lançar luz sobre práticas consolidadas no país, com o objetivo de desvendar aspectos não percebidos à primeira vista, ignorados ou invisibilizados pela sociedade.