Histórias fazem parte de nós. Sempre fizeram.

Nós temos o poder de contar histórias. Melhor ainda: de criar histórias. Seja a história de uma princesa com poderes mágicos; ou a de, quando você caiu do balanço, quando tinha seis anos.

Nenhum outro ser tem o poder da criatividade. Somente o ser humano inventa coisas que não existem no mundo real.

Vimos as borboletas e pensamos: “E se existissem pequenas pessoas com asas parecidas com as daquele bicho?”. E assim surgiram as fadas... e também os contos de fadas. Histórias sobre coisas inexistentes e místicas, mas que refletem coisas concretas. Histórias de mentirinha que servem para nos mostrar a realidade.

Um desses contos fantásticos falava de dois irmãos, perdidos numa floresta, que acham uma casa construída dos mais variados tipos de doces. O que me chamou atenção nessa história foram os protagonistas.

Nenhum irmão age assim com o outro:

— Não se preocupe, Maria! — disse João. Eu derrotarei a terrível serpente cujas presas possuem um veneno letal!

Na realidade, ele diria algo como:
— Olha o tamanho desse bicho! É da grossura da minha cintura! Mata essa coisa! Mata!

É por isso que escrevi a releitura de um clássico de um dos mais conhecidos “contos da carochinha”.

Este livro transporta a história de um conto antigo para um contexto mais atual. Afinal, ideias nascem o tempo todo. As histórias estão sempre evoluindo e mudando.

É por isso que, antigamente, se dizia:
— Por acaso estás a me fazer de tolo? Pois saiba que eu te derrotaria em um combate corpo a corpo!

E hoje em dia:
— Tá me tirando, menor? Quer sair na mão?

Tudo muda. Menos as histórias. As histórias permanecem.

Sempre haverá uma para ser contada. Seja em forma de livro, filme, teatro ou desenho. Pois as histórias são fruto de ideias.

E as ideias nos fazem ser diferentes. E ser diferentes nos faz ser quem somos.

Pacco Moreira