Este livro ilumina imaginários e fragmentos de vidas entrelaçados à imigração portuguesa no Brasil, somando-se a obras sobre os antecedentes e resultantes dessa mobilidade com escala recorde para os dois países. Testemunhos de escritores e de outros migrantes ampliam a compreensão sobre fatores desse deslocamento, como forças econômicas (de atração ou repulsa), direitos e redes migratórias em ação em cada fase. Imagens dessa cisão de vidas foram captadas na literatura lusa e via entrevistas com um grupo icônico de empreendedores: “portugueses de padarias”. Em 2000, a imigração portuguesa respondia por um terço dos estrangeiros vivendo no Brasil e fora retratada por escritores migrantes (provisórios ou definitivos), desde o século XIX, como escravatura, sorte, mal necessário, maturação, miragem, alma dividida, espera e reinvenção. E empreendedores ouvidos como uma seleta de migrantes mais recentes viram a vida no Brasil como investimento, reencontro, resistência e reinvenção. O livro partiu de pesquisas financiadas pela Fundação Biblioteca Nacional e pelo Centro Nacional de Cultura (Portugal) e recebeu o Prêmio Moacyr Scliar (Ensaios), da União Brasileira de Escritores/RJ