Ana Lanna em sua produção acadêmica dedica-se às áreas de patrimônio cultural e da imigração e suas reverberações em contextos urbanos, e neste Histórias do Meu Avô procurou estabelecer conexões entre as trajetórias individuais e os processos sociais no período que vai do final do século XIX ao início do XX. Seu avô deixou a Itália, como muitos outros imigrantes incentivados pelo governo brasileiro, e seguiu para Belo Horizonte ao encontro do pai, empreiteiro que teve atuação importante na construção da nova capital de Minas Gerais. Neste ensaio, a autora mescla a história do avô à do país que o acolheu, articulando as trajetórias individuais e as determinações coletivas. Para Heloisa Pontes, Ana Lanna segue à risca a prescrição de Carlo Ginzburg de que o grande desafio dos historiadores que se debruçam sobre vidas singulares é transformar os indivíduos em pontos de convergência de muitos conjuntos.