Hayati se apresenta como uma viagem ao Oriente. Já em suas primeiras linhas, a autora nos transporta para dentro de uma típica família libanesa. Com uma escrita suave e intensa, Sumaia permite que nos sentemos no telhado de uma casa, ao lado do personagem principal, Assad, onde podemos quase que enxergar a neve branca das colinas de Beirute descrita.

Desde o momento em que lemos o nome completo de Assad, o sentimento que a escritora traz é de pertencimento àquela família. Passamos a querer participar das decisões tomadas pelos integrantes da trama, a torcer para que o personagem principal não sofra as consequências de seus atos infantis. Mas, ao mesmo tempo, nos tornamos parceiros das atitudes impensadas de um grupo de adolescentes, que se une com um objetivo compartilhado.

O amor chega na trama como acontece na vida de todos nós, inesperadamente e de forma atravessada. Impossível não sentir o coração ferver como o de Assad, no momento em que ele acha o bilhete de Laila, a menina amada, em seu bolso. Ou, talvez, quando suas mãos se tocam acidentalmente pela primeira vez. Mas a guerra chega e como acontece em todo conflito, o coração dos personagens, assim como dos leitores, é arrastado.