O livro Habilíngua é uma continuidade daquilo que meus olhos puderam vislumbrar, meus pés conseguiram percorrer e meu peito pôde sentir até então, haja vista que a poesia é essencialmente sentimento. E semelhantemente à obra LAMBIDESTRO deste poeta que escreve estas ínfimas linhas, esta também se compõe de quatro partes e sobre variadas temáticas, que deixo aos leitores descobrirem do que se trata. Os poemas, como bem sintetizou Mário Quintana, “(...) são pássaros que chegam / não se sabe de onde e pousam / no livro (...)”. Nesse sentido, algumas aves-poemas também vieram fazer uns ninhos, mesmo que tênues, no livro que teci nos instantes mais diversos de minha vida. Ah, o título da referida obra, para não destoar da outra, é um neologismo, mas que não necessita de profundas divagações de entendimento, afinal a língua é quente, a língua é rio, a língua é lava, a língua é volúpia ardente... a língua é tudo! Em suma, é um livro simples e de fácil compreensão como a escrita e a vida deste autor, que não deixa de ser, ao mesmo tempo, uma canção de amor à língua e à linguagem com as notas e os matizes acrescidos pelas peculiaridades e variações tupiniquins.