Sétimo romance do já consagrado autor Gastão Wagner. Se em “Equívoco” Gastão atravessou o inferno existencial e humano de então de braço dado com Virgílio, veio ele a ser il duca de muitos outros — privilegiados discípulos — que lhe abraçaram na pulsante viagem deste “médico sanitarista que virou professor enquanto escrevia” romances. Tal qual um “Calidoscópio”, suas obras são dinâmicas, inquietas, cheias de movimentos líricos e eruditos, e imagens que se constroem harmonicamente à medida que ficção e autobiografia se entrelaçam no interior de seus personagens. “De época”, mas igualmente atuais, em defesa de justiça social na Terra, em nome da qual exércitos de artistas e pensadores desfilam pelas páginas, livres das amarras dos tempos históricos. Sensível aos fenômenos que nos rodeiam, Gastão nos permite escapar, ainda que momentaneamente, da violência do excesso de informações, da qual fomos alertados dialeticamente em “Cérebro Mente” Seus vários “Semblantes” — sanitarista, professor, romancista — coexistem e interagem o tempo todo, não sendo possível ou desejável afastá-los, sob o risco de esgarçar a obra.