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O último romance de Joyce, publicado em 1939, é uma épica natural que contém todas as épicas. (No Ulisses, de 1922, a épica homérica encerra a épica bíblica, representada pelo judeu errante, Bloom, que é, também, o herói grego.) O termo épica natural, em Finnegans Wake, remete, segundo minha leitura, ao “infrarracional”, que daria acesso ao inapreensível, ao pergaminho perdido, tema central deste romance que Vinícius Alves vem traduzindo e publicando no seu heróico e hilário idioma brasileiro, língua santa, sábia, ignorante, criminosa, bêbada, inumana às vezes. Usando e abusando do?infrarracional,?o narrador-tradutor-reescritor busca e — parece-me — encontra as runas da Terra, a qual é um grande pergaminho, uma escrita cósmica: “Mas o mundo, imundo, é, está e estará escrevendo suas próprias wrunas sempre”. Nesse “allalphaleito” em que toda a literatura pisa e onde o oral insemina o verbal com ritmos rituais, a saliva irlandesa é a saliva brasileira (“esguimijava enquanto falava”), saliva da loquacidade lunática que testemunha, acusa, explica… “o paissemente”, cujo despertar começa na Idade da Pedra e se prolonga até os dias atuais. Quem é o pai? É aquele que “tem olhos ávidos em sua língua lambente”, o próprio narrador-herói da épica das épicas, ser humano demasiado inumano que tudo ouve, acolhe e fala. Do narrador-tradutor-reescritor Vinícius?Alves posso afirmar que também “eleouvê”. Por isso, é gratificante ler os sete primeiros capítulos da grande proeza de Joyce reunidos neste “cavernomem”.? ? ? ?
Sérgio Medeiros
Nome
FINNEGANS WAKE: FINNEGANS FINNICIA
CodBarra
9786553613577
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
16/12/2024
Páginas
288
Peso
516,00
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