Com uma linguagem totalmente cativante, o autor narra a trajetória de Arcanjo Tobias de Nazaré.

O trecho a seguir apresenta a personagem que, de maneira simplória, coloca seu pensamento através da utilização de expressões fantásticas:

"Qualquer ofício, hoje em dia, não vale o que o gato enterra. Foi-se o tempo que se dava valor a um mestre pedreiro, marceneiro ou tecelão. O trabalhador com especialidade é o mais lascado; isto é que mais ouço no sindicato".

Wilson de Farias, em seu conto de estreia, nos narra uma história passada em uma época pré-carnavalesca, na qual a magia da ficção depara-se com a dramática realidade de um nordestino desempregado.
Depois de destaques como Ariano Suassuna de O Auto da Compadecida, a força da cultura nordestina volta a encantar com Arcanjo, cidadão brasileiro, casado no padre e no juiz, operário sindicalizado, reservista de primeira categoria, portador de identidade e título de eleitor. Acima de tudo, esse simples sonhador encanta o leitor ao apresentar uma dura realidade de maneira poética, driblando os problemas que enfrenta, como, por exemplo, a fome e o conceito em que se baseava e acreditava: a honestidade.