Os contos que compõem este primeiro livro de Flávio Paranhos são fragmentos narrativos muito ágeis, que captam instantes e circunstâncias de pessoas aparentemente normais. Mas, de repente, instaura-se o estranho, o inesperado, o desequilíbrio, a iluminação violenta, o desregramento da normalidade.As personagens e suas ações aparecem numa linguagem seca, direta, sem retórica, na maioria das vezes em diálogos cortantes, fruto de um trabalho rigoroso de apuração da forma. Aí o estranho se revela como dimensão viva do cotidiano, o incomunicável dentro do comunicado, o homem contemporâneo em seus impasses e em sua vitalidade alienada.Flávio Paranhos é um jovem médico, oftalmologista, com doutorado nesse campo, e pesquisa em doenças da retina e eletrofisiologia da visão. Estuda Filosofia e vai se doutorar com o tema Ética em Heidegger. Vive em Goiânia e escreve constantemente no jornal O Popular. Com a leitura de seus contos de EPITÁFIO o leitor se forma, sempre como problema de forma literária e formação humana moderna, vivendo a experiência exemplar do que não é mais edificante, mas constituinte dos danos que todos nós sofremos e praticamos, e para os quais só a melhor literatura tem acesso e capacidade de revelar.