A crise da família é a mais grave das que podem ameaçar a existência de um povo. As outras — as crises econômicas e financeiras, intelectuais e políticas — são de sua natureza efêmeras e, em última análise, superficiais. A própria desorganização do Estado, o desmantelamento da autoridade civil não são necessariamente crises fatais.Quando o mal se instala, de maneira permanente e generalizada, na intimidade dos lares, o perigo é imensamente mais grave, a ameaça é de morte. Com a família se acham indissolúveis ligados os interesses vitais da conservação e da formação da espécie. As gerações que se sucedem e asseguram, com a sua existência continuada, a vitalidade de uma raça, nascem, educam-se, preparam-se para a vida social no silêncio do santuário doméstico. Serão ou não serão; serão boas ou más, conforme a família corresponde ou não às suas finalidades naturais.Os povos que, num gesto inconsiderado, desorganizarem esta tríade insubstituível, — pai, mãe e filho — perecerão de sua temeridade fatal.