Não é de hoje que todos nós, professores, já temos ciência de que algumas práticas pedagógicas há muito já deveriam ter sido superadas na Educação Infantil. Dentre essas, estão as atividades de prontidão (pontilhados para cobrir, desenhos prontos para colorir), preparatórias (ensino de letras e palavras) e antecipatórias (uso de cadernos, de cópias).

Atualmente, avançamos bastante nos estudos que envolvem as crianças e as infâncias e sabemos que elas são únicas e carregam histórias de vida e costumes de sua vida cotidiana e são afetadas (positiva e negativamente) pelos contextos sociais, familiares e econômicos em que vivem. Esses contextos não podem ser deixados de fora da escola. Devem ser, por ela, incorporados e ampliados, conforme aponta a Base Nacional Comum Curricular.

As autoras se conheceram na SME-Rio, na Gerência de Educação Infantil e, logo, descobriram que partilhavam os saberes relacionados à Alfabetização e Educação Infantil e, principalmente, a luta por disseminar práticas cotidianas de oralidade, leitura e escrita na Educação Infantil mais distanciadas das “abordagens tradicionais” e mais aproximadas das necessidades e possibilidades de crianças e professores. Desse encontro, nasceu este livro. Um livro que fala de Educação Infantil, que resgata sua trajetória histórica e que vai buscar a origem das “atividades mecanizadas” para mostrar por que elas precisam ser superadas e substituídas por práticas coerentes com as crianças e com as infâncias.