Este é um livro construído a partir dos registros das atividades de um docente de uma universidade pública como coordenador de um projeto de extensão universitária que durou três anos. Registros que por vezes são apenas a descrição das atividades rea­lizadas, e outras, reflexões, ideias e angústias de um professor-pesquisador-extensionista militante e engajado na luta por direitos sociais e por uma cidade mais justa.
Mas não é só essa a importância destes Dias de destruir, de construir, é também sua relevância como registro histórico da exclusão social e da absoluta precariedade habitacional a que estiveram sujeitas centenas de famílias em Porto Alegre, entre os anos de 2018 e 2020. Os relatos sistemáticos do aumento do número de famílias vivendo na Povo Sem Medo, da remoção de famílias e da demolição continuada das casas na Vila Nazaré são um importante registro histórico dos desafios vividos atualmente pela população de baixa renda em várias das cidades brasileiras.
Camila D’Ottaviano
Professora livre-docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
[Do Posfácio]

Dias de destruir, de construir, de Bruno Mello, revela os desassossegos que envolveram uma ação extensionista que teceu vínculos com o movimento popular e social, num contexto de precariedade habitacional, autoconstrução e radical carestia. Expõe também a corajosa luta por reconquista da dignidade, a reivindicação de direitos básicos necessários à plena cidadania, além de uma enorme esperança.

Bruno Mello
Arquiteto e urbanista, doutor em Planejamento Urbano e Regional. Professor do Departamento de Urbanismo, Faculdade de Arquitetura/UFRGS. Estuda os temas ensino do urbanismo, história da cidade e do urbanismo, profissão e entidades de classe de arquitetos e urbanistas, extensão universitária. Integra o Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão – Cidade em Projeto.