Levei certo tempo para entender uma “doença” que parece coletiva. Seus sintomas são paralisantes, fazendo-nos verdadeiras marionetes envoltas numa espécie de “teia da habitualidade”.

Em meio ao turbilhão de afazeres diários, é comum o hábito de iniciar várias tarefas e não levar quase nenhuma “aos finalmente”. Um processo que afeta tanto afazeres banais – como querer levar uma latinha de refrigerante para a geladeira, e se distrair com outra “urgência” antes de concluído o percurso –, como outros mais importantes – como a incapacidade de realizar um empreendimento, começar ou terminar um relacionamento, ou ainda, fazer análises sobre a própria vida.

Tudo começou em algum fevereiro do século XXI, quando entrei na década dos 70 anos... em meio a reflexões, percebi como me afastei de mim mesmo, e quantos sonhos ainda tenho. Tornei-me um robô, sempre predisposto a repetir atitudes e interpretações conhecidas.

Para escapar dessa “teia da habitualidade”, o autor se propôs à construção de uma organização mental, calcada no que chamou de Trilogia L.

O Diário do Empreendedor é usado para registrar apontamentos pessoais, sentimentos e observações, a partir dos quais “nascem” as prioridades a serem apontadas e trabalhadas.

Em segundo lugar, usa-se o ConSOL, que parte da premissa de que os fatos ocorrem com várias pessoas ao mesmo tempo. Assim, pessoas com diferentes visões podem trabalhar juntas para articular distintas soluções.

A trilogia se completa com a formação do Profissional do Comhecimento, que integra as reflexões pessoais do Diário com o ConSOL e materializa a ideia.

Além de percepções pessoais e relatos de sala de aula, frutos da sua experiência como professor, o autor nos brinda com inúmeras referências a filmes e pensadores. Apesar de ele não ter pretensões outras que não o próprio (re)conhecimento, a leitura é um verdadeiro convite à reflexão acerca das questões:

1) Como não se tornar obsoleto e buscar os conhecimentos necessários para uma constante atualização?

2) Como dar uma pausa para reflexões e mudança de hábitos, com tudo o que a modernidade nos “impõe” e, ao mesmo tempo, nos “exige”?

E aí? Alguém não se (re)conhece?