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Nem toda a legião de fãs - que acompanha ano a ano as temporadas do “Casseta & Planeta Urgente” na televisão - sabe que o humorista Reinaldo, integrante da trupe, fez escola com outra patota; a do Pasquim, aonde chegou um dia, levando seus desenhos de humor em 1974 e lá ficou até 1985. O Jaguar, um dos editores no jornal - formado por bambas do humor e do jornalismo brasileiros - reconheceu logo o talento do então jovem humorista para criar cartuns e provocar o riso.
À frente do segmento de humor da editora Desiderata, Jaguar convidou o humorista para lançar em livro uma retrospectiva de seu trabalho fora da televisão. Com o título “Reinaldo: desenhos de humor”, as 128 páginas do lançamento reúnem uma coletânea de desenhos e tirinhas publicada no “Pasquim” e nas revistas “Chiclete com Banana”, “Careta”, “Papel de Bobo”, “Bundas”, “Planeta Diário” e “Casseta & Planeta”, além de incluir vários desenhos inéditos.
“O Reinaldo ficou conhecido como um humorista de televisão, em função do grande sucesso do ‘Casseta’, mas, muito antes disso, ele já era um grande piadista de jornal e revista. Sou um idiota em relançá-lo em livro e revelar para essa geração seu trabalho como cartunista. Todos vão descobrir que ele é muito melhor do que eu”, brinca Jaguar.
Entre as raridades, foi incluído o primeiro cartum de Reinaldo, publicado no “Pasquim” em 1974. Reinaldo também aparece nas primeiras páginas do livro, posando como ator para uma fotonovela, assinada por Ivan Lessa. “Provavelmente foi durante a temporada no ‘Pasquim’ que eu pude adquirir todo o instrumental dramático e histriônico que me permitiu depois encarar o desafio de viver personagens psicologicamente mais complexos, como o ET de Varginha, o Devagar Franco, o Incrível Miserável ou o Mosquito da Dengue”, explica Reinaldo.
Dividido em seis seções, o lançamento recorda também os melhores momentos do livro “Escândalos Ilustrados”, publicado em 1984 pela extinta editora Codecri, que editava as publicações relacionadas ao “Pasquim”. Na época, o país passava pelo processo de abertura política, com o movimento Diretas Já.
As piadas satirizam a corrupção dos políticos, os interesses escusos das multinacionais e ironizam o processo de redemocratização nacional, sempre lento e gradual. As mazelas da população nordestina, com as recorrentes secas da região, e o polêmico acordo com a Alemanha para a instalação de usinas nucleares no Brasil, que tanto movimentaram o noticiário do período, também não escaparam da mira do humor de Reinaldo.
Numa dessas piadas, o humorista põe o dedo na ferida, seguindo o mesmo estilo ácido de Ivan Lessa e Millôr Fernandes: “O acordo nuclear Brasil-Alemanha, ao contrário do que muitos imaginam, foi fator de estímulo à pesquisa no Brasil, e a prova é que já foi desenvolvido em nosso país um novo processo de enriquecimento de urânio: o enriquecimento ilícito”.
O jazz como inspiração e a volta de O Mongol
Apaixonado pelo gênero musical inventado pelos negros norte-americanos, o jazz rende um capítulo à parte repleto de piadas inusitadas, que fazem parte de sua produção artística mais recente. Reinaldo integra um conjunto dedicado ao gênero; a Companhia Estadual de Jazz (CEJ), uma corruptela inspirada na indefectível Companhia Estadual de Gás (CEG). “Acho que sou o único cartunista de jazz no Brasil. O nicho é tão pequeno que só cabe uma pessoa nele”, ironiza. A mais jazzística entre as cantoras brasileiras, Leny Andrade, e sua parceria com Durval Ferreira é o mote de um cartum hilário, assim como as idiossincrasias dos músicos do gênero, que também rendem boas risadas.
Outro célebre personagem, O Mongol, ganha algumas páginas em sua homenagem. O cartunista foi criado no “Planeta Diário”, na época formado por Hubert, Cláudio Paiva e Reinaldo.“O personagem era o cartunista e chargista político da nossa publicação, mas, como não sabia desenhar, apenas ‘sampleava’ desenhos de velhas revistas do século passado e mudava as legendas. O ‘Planeta Diário’ acabou e o Mongol sumiu, mas recentemente resolvi ressuscitar o quase famoso cartunista, chargista político e débil mental”, explica Reinaldo, sem perder a chance de fazer graça.
Segundo Reinaldo, que fala do personagem como se ele fosse um ser realmente autônomo, após o período em que trabalhou no “Planeta Diário”, O Mongol abandonou a carreira e morou por um tempo fora do país, vivendo principalmente no Paraguai e no “Ostracismo”.
Para finalizar, foram incluídos na seção “Outras paradas” desenhos aleatórios e várias ilustrações, criadas na maioria para o “Pasquim”. Nesta seção, pode-se conferir um desenho em estilo xilogravura de cordel para ilustrar um texto do Ivan Lessa. Há ainda a capa e algumas ilustrações feitas por Reinaldo para o “Pai dos Burros”, um “dicionário” escrito por César Cardoso. Enfim, “Reinaldo: desenhos de humor” é um livro que oferece ao leitor um manancial do que há de melhor em se tratando de humor gráfico.
Nome
DESENHOS DE HUMOR
CodBarra
9788599070338
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
Páginas
127
Peso
600,00
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