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Descolonizar é preciso. Sara Duarte Brandão — “sou um frágil desencontro entre o corpo e a palavra” — proporciona-nos neste seu lucipotente livro uma lenta e incendiária viagem no mar alcandorado da Palavra, esse animal indomável. (Bem sabe Sara que são sempre as palavras que vencem, resistindo ao silêncio, à distância, ao tempo e à ausência.) Viagem fecunda, sem métrica, sempre com a madrugada a vigiar-nos os impulsos, a colocar a mão no cachaço da Vida, essa coisa sem solução. Sara Brandão também sabe que o acto de escrita é um gesto de resistência, de sublevação. Sara encostou uma metáfora à garganta do poema, e a Poesia (a Vida?), rendida, vai-lhe dando tudo o que ela quer: Amor, Sonho, Liberdade. Interroga a poeta: “Com quantos cravos se liberta uma mulher?”. Sara cheira bem, cheira a liberdade, e, já sabemos, quanto mais livre, mais perigosa. Ler Sara Brandão é aceitar e compreender que há um espaço dentro do Homem onde a liberdade é livre. “Do cadáver de um homem que morre livre pode sair acentuado mau cheiro — nunca sairá um escravo.” — exulta Cesariny. Sara Brandão consegue neste livro aquilo que é mais difícil para um jovem poeta: conquistar um estilo, conquistar uma voz própria. A Sara já tem o mundo debaixo da língua. Descolonizar o sujeito poético é um livro comovente, eivado de autenticidade, de limpeza verbal, de te(n)são poética. É um livro líquido, contundente, com humor certeiro, impróprio para manteigueiros, sacristas e convertidos ao império do tédio. Definitivamente: a Sara escreve para quem a sabe ler. Escrever é um acto libertador, mas pressupõe a descida aos infernos. “A estrada que conduz ao céu passa pelo inferno”, ensina-nos Henry Miller. Sara Brandão é decisivamente “um caminheiro do céu”, em trânsito para Elsinore, em hora de ponta e mola. Roubem Descolonizar o sujeito poético numa livraria junto ao vosso coração. Ruminem a obra, de trás para a frente. Encontrarão sempre um livro novo, cada vez mais vertiginoso, mais desenfreado. A alma é a arma secreta da Sara Brandão. Com ela aprenderão a deixar “o verso a cerejar”. Fico refém do batimento cardíaco deste livro “exquisito”, um livro onde nos arriscamos a perder o pé a cada página folheada.
João Gesta
Nome
DESCOLONIZAR O SUJEITO POETICO
CodBarra
9786559004577
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
01/01/2023
Páginas
76
Peso
152,00
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