Utilizamos cookies para melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossa política de privacidade. Política de Privacidade..
No registro do Houaiss encontramos sinonímia entre cuspe e perdigoto, mas nos códigos que regem a existência neste lugar de misérias há, entre eles, um abismo incontestável. O perdigoto, politicamente, está no campo da hipocrisia. São gotículas que saem das bocas dos moralistas enquanto eles proferem o avesso da escatologia e envenenam tudo quanto podem.
A partir de Georges Bataille, epígrafe de Amanda Chraim, neste Cuspe encontramos textos que sugerem um jogo entre corpo, cena, escritura, presença-ausente e, como Drummond, “a falta que ama”. Amanda impõe, assim, o obsceno como exercício e vai ainda além ao articular uma espécie de gramática dos fluidos (uma política do cuspe, talvez?). Ela nos recupera o corpo como fonte essencial de erotismo, de desejo, de gozo: a capacidade que ele possui de se subverter e se libertar da “subjugada moral organizada”, como ela mesma escreve.
Aqui, o cuspe desliza e se insinua também, ou sobretudo, pelas palavras: língua, sexo, raiva, diabo, desejo, lambança. É um livro molhado. Um livro molhado e político – e que haja muito leite mal para se jogar na cara dos caretas.
Joice Nunes
Nome
CUSPE
CodBarra
9786581315368
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
25/10/2022
Páginas
48
Peso
96,00
Aviso de Cookies
Usamos cookies para melhorar sua experiência. Ao continuar navegando, você concorda com nossa Política de Privacidade.