Cultura e materialismo se configura como uma exemplar introdução ao pensamento de Raymond Williams, notável pensador britânico e um dos fundadores da corrente dos Estudos Culturais. O livro reúne catorze textos que abarcam pouco mais de 20 anos de sua produção, entre 1958 e 1980, apresentando análises e críticas inéditas em português.

Cada artigo presente na obra remonta a temas recorrentes tratados pelo autor, aprofundando suas ideias e posições. Ao longo dos textos, também dialoga com outros estudiosos, como Lukács, Goldmann e Gramsci, com o objetivo de reafirmar a necessidade de uma teoria marxista que seja atuante e verdadeiramente crítica, ao mesmo tempo em que desenvolve suas próprias concepções teóricas. Um exemplo dessas contribuições originais é encontrada em textos como “Publicidade: o sistema mágico”, no qual evidencia-se como esta atividade se tornou uma força determinante no pulso da economia do capitalismo. Ao apresentar um compêndio do que constitui a base do pensamento de Raymond Williams, Cultura e materialismo serve a antigos e novos apreciadores deste importante intelectual.

Esta coletânea reúne catorze textos de um dos mais notáveis pensadores do século XX. Escritos durante pouco mais de vinte anos de produção, entre 1958 e 1980, estes ensaios conformam uma abrangente introdução ao trabalho de Raymond Williams, bem como apresentam para estudiosos as bases de suas principais formulações. Os catorze ensaios reunidos neste livro compõem um mosaico de cerca de vinte anos de vigorosa produção de Raymond Williams. O leitor tem em mãos uma singular oportunidade para aprofundar-se nos princípios teóricos que embasam as formulações do intelectual britânico, assim como para conhecer análises políticas e críticas culturais inéditas em português.

Os textos antecipam ou desenvolvem temas que notabilizam sua obra, seja com estudos mais detalhados ou com temáticas inovadoras. Em Base e superestrutura na teoria da cultura marxista. Williams rejeita a simplificação mecânica do marxismo vulgar que reduz a compreensão de cultura, criticando a fórmula que em mãos pouco treinadas, converteu-se rapidamente em uma interpretação da superestrutura como simples reflexo, representação ou expressão ideológica.

Em contraponto, o intelectual britânico mobiliza autores como Lukács, Goldmann e Gramsci, para reafirmar uma teoria marxista ativa- e para desenvolver sua própria concepção vivida das relações entre forças sociais determinantes e as áreas determinadas. E é nessa perspectiva teórica que o intelectual britânico ressalta, em Publicidade: o sistema mágico, que tal atividade, ao mover-se para o centro da economia, passa a ser uma força determinante no pulso da economia do capitalismo. Ou que, em Meios de comunicação como meios de produção, propõe que estes sejam vistos como elementos indispensáveis tanto para as forças produtivas, quanto para as relações sociais de produção, afastando-se dos reducionismos que marcam os estudos sobre o tema.

Diversificada, a coletânea apresenta, assim, um volume compacto, mas representativo, que cobre a gama da atividade ensaística deste que foi um dos fundadores dos Estudos Culturais. E revela um Raymond Williams multifacetado em exposições teóricas abstratas, análises históricas concretas, investigações especializadas, além de colaborações dissidentes e engajadas.

Raymond Williams.