Os mais de trezentos anos do estado de Minas Gerais aglutinaram diversos elementos que formaram a cozinha mineira. A cultura alimentar produzida pelos mineiros tornou-se representante de uma cozinha que tem identidade com o estado. Retratada por um fogão a lenha com comida simples e fumegante ou por uma mesa muito bem-posta com louça fina, na mesa mineira deve haver queijo, quitanda e café no café da manhã; aroma de ervas e alho frescos, angu, feijão e couve no almoço.



A cozinha mineira é tradicional e, ao mesmo tempo, contemporânea. Típica, histórica, regional, clássica, afetiva, de ingrediente e autoral, sua capacidade de se transformar em meio à diversidade das nomenclaturas, sem deixar de ser cozinha mineira, faz com que na contemporaneidade também possa ser denominada gastronomia mineira por sua tamanha força no universo da produção alimentar de Minas Gerais.



É certo que a cozinha de origem sustenta as inovações. Essas inovações tornam-se um modelo variável em tempos distintos e, muitas vezes, são necessárias para que a cozinha tradicional permaneça viva e em uso nas novas gerações. Assim, por meio do Programa Primórdios da Cozinha Mineira e seus nove pilares, Cozinha mineira: tradição e contemporaneidade reúne elementos de importância histórica, social e regional, hoje ressignificados e abraçados pelo conceito contemporâneo.



De técnicas e utensílios, passando pela produção alimentar proveniente de hortas tradicionais, doceria, quitandas e bebidas, a receitas típicas que representam as regiões e as tradições culinárias do estado, este livro é um convite para um mergulho na cultura, na história e, claro, nos sabores e aromas da cozinha de Minas Gerais.