Na maioria das histórias desta coletânea — entre elas as de Noé e o dilúvio, da torre de Babel e de Atlântida —, a destruição de uma cidade ou de um mundo é resultado de um erro de que os homens não são apenas as principais vítimas, mas também os únicos responsáveis. Nelas, sempre há um castigo cruel que vai punir o orgulho excessivo ou a presunção dos habitantes do lugar.

Mas nem todas têm esse tom tão sombrio. É o caso, por exemplo, da história do arquipélago de Kuei Hi, de origem chinesa, em que se fala de ilhas que oferecem a imortalidade aos que conseguem alcançá-las. Menos trágicas, elas tratam, assim mesmo, da insatisfação humana, da busca por qualidades que não são deste mundo.

Mesmo desaparecidos no passado, os lugares apresentados nesse volume continuam exercendo fascínio sobre aqueles que conhecem suas trajetórias. São histórias que, ao nos mostrar alguns dos piores defeitos humanos, falam também um pouco de nosso presente e talvez do futuro.