“O presentismo a que nos sentimos condenados, e que assume proporções cada vez maiores ante o fenômeno da globalização, faz-se acompanhar do uso indiscriminado (se não abusivo) da memória: ou como categoria capaz de substituir os mecanismos com que sempre separamos o antes do depois, o passado do futuro, o igual do diferente; ou como alternativa ao afastamento e à descontinuidade que a produção do conhecimento impõe.”
- Ana Maria Camargo e Silvana Goulart

Um desafio permeia empresas, organizações e até a vida das pessoas: com tanta agilidade no cotidiano, como fazemos para reter ou guardar informações preciosas para a posteridade? Como empresas com procedimentos e processos já maduros e consolidados fazem para transmitir esse conhecimento para novas gerações? Para tentar responder essas e tantas outras questões, a professora Ana Maria Camargo e a pesquisadora Silvana Goulart lançam o livro Centros de memória: uma proposta de definição. A obra delineia um percurso que compreende teoria e prática ao estabelecer as nuances entre os organismos responsáveis pela gestão e custódia de documentos, abordando o modo como as lógicas contemporâneas explicam o aparecimento dos centros de memória, considerados acervos híbridos que resguardam, por meio de materiais e suportes variados, a trajetória das instituições e de seus atores.

Direcionada a museólogos, historiadores, arquivistas, bibliotecários e outros interessados na temática de acervos e patrimônio cultural, a publicação visa explorar a diversidade de características atribuídas aos centros de memória, examinar as soluções a que alguns deles recorreram na tentativa de ajustar mecanismos preexistentes às demandas de um novo tempo, discutir seu alinhamento com os órgãos que os criaram e, por fim, apresentar os elementos que poderiam compor seu perfil institucional, de modo a torná-los viáveis e importantes.