Cela forte, de Luiz Alberto Mendes, é a mais nova obra que a Glo-bal Editora leva ao seu catálogo, dentro da Coleção Literatura Periférica. Uma série que privilegia autores que moram ou têm origem nas periferias dos grandes centros urbanos e que frequentam seus saraus, núcleos de cultura, oficinas e ONGs e que, a cada dia, têm despertado interesse em um público cada vez mais amplo.

Luiz Alberto Mendes, neste seu quarto livro, é apresentado pelo escritor Marcelino Freire, que logo no início do texto rememora como co-nheceu o autor de Cela forte. Sentado numa roda de amigos reunidos num café do badalado bairro paulistano da Vila Madalena, ouviu do também escritor Fernando Bonassi sobre a força, o olhar certeiro e a originalidade de Mendes, além dos parágrafos reais e surreais que ele produzia de den-tro de uma penitenciária.

“Mendes pega cada pessoa-personagem pela mão. E confinados fi-camos, lado a lado. Grudados em cada uma dessas vidas — sofridas, à deriva. Em cada retrato, flagrado, de solidão e desamparo. Cela Forte é uma reunião de tipos — presos e fora dos presídios. Textos escritos, esparsa-mente, e que agora o autor atrela em um mesmo volume. […]. Mendes escreve simples. E claro. Escreve, sobretudo, cheio de humanidade”, de-creta Marcelino Freire.

Para escrever os 26 contos que compõem esta obra, Mendes, que se autodefine como produto do seu fracasso e de sua vontade, além de ter recorrido à matéria bruta do seu passado, lapidando-a até torná-la uma narrativa preciosa e sedutora, criou também contos ambientados fora do ambiente carcerário.