A poucos meses de completar 90 anos, Catharina passa os dias em uma rotina pacata no apartamento onde mora, na zona norte de São Paulo. Apesar de não escrever mais poemas, por problemas motores e a cegueira de um olho causada por uma degeneração macular, escreve um diário com reflexões e eventualmente alguns versos. Mas ainda é capaz de tricotar bem, com destreza admirável, peças de roupa, mantas, tapetes e panos de prato que distribui entre os familiares. Vive na companhia de duas cuidadoras e recebe sempre as visitas dos filhos, César e Raquel, e da neta Giovanna. As divagações e a memória do passado preenchem o tempo em que está sozinha. Assim, revê algumas passagens de sua vida, como o casamento com Alberto, e a história da família de origem italiana, desde o casamento dos pais, Giuseppe e Carmella, até tempos mais recentes. A certa altura, Catharina descobre um problema de saúde que a fará passar por uma intervenção cirúrgica e que aumenta a expectativa em torno de seu aniversário de 90 anos, que se aproxima e que movimenta toda a família.