Duas décadas após a morte de Walmir Ayala, chega ao público a obra inédita Caderno de pintura, que será lançada pela Cepe Editora na Fliporto, no sábado, 15, às 16h, no estande da Companhia. Nascido em Porto Alegre em 1933 e falecido no Rio de Janeiro em 1991, Ayala transitou pela poesia, o teatro, as artes plásticas, o romance, o conto, a crônica, a literatura infantil, o diário e o ensaio crítico. Caderno de pintura reúne frutos da vasta criação deste autor. Os poemas do livro foram escolhidos e organizados pelo próprio Walmir, que expressa as diferentes circunstâncias que os originaram. A fusão do poeta com o crítico, em Caderno de pintura, é consequência da produção a partir da memória afetiva do gaúcho, que homenageia uma grande variedade de artistas com poemas sobre suas obras de arte e sua poética, desde Picasso, referência ao pintor Pablo Picasso, que considerava o maior artista plástico do século 20, a Viajante, sobre uma pintura do seu grande amigo, artista plástico e escritor Lúcio Cardoso.

Essa multiplicidade evidencia-se principalmente em dois poemas que buscam recriar a expressão imagética dos artistas homenageados, contidos no título de ambos: “Fayga Ostrower” e “Jacinto Moraes”. Eles foram publicados a partir de anotações feitas por Ayala durante seu trabalho como crítico de arte, sendo originários de dois versos: incêndio numa folha de papel de seda e a alma nua da forma. O livro traz ainda uma seção de “dispersos”, com quatro poemas sugeridos por André Seffrin, englobados na mesma temática. Além dos poemas inéditos há os publicados em livros ou em jornal, catálogo e convite, e até em cartão de Natal.