“Para nos analisarmos como sociedade e como cultura, a primeira das nossas emergentes tarefas é termos alguma fé em nós mesmos. É preciso nos darmos conta de que não somos um povo amoral, uma gentinha sem caráter, pois que temos uma moral que está dentro de nossa cultura, que nos dirige e nos motiva inconscientemente, e que temos que resgatá-la, torná-la clarividente, reconhecê-la, aprimorá-la e fazer uso dela.

[…] Para o Brasil, a ascensão do povão brasileiro, em tácita aliança com um segmento da classe média, pode ser caracterizada como uma revolução político-cultural, por vezes silenciosa, por vezes estridente, multifacetada, às vezes imperceptível, mesclada, de tonalidade branda, não violenta, porém persistente. A primeira revolução do povão. A única possível. A luta tem propósito, a história está aberta, o resultado só Deus sabe”.