No Bosque das Vozes, uma garota acorda. Desorientada, ela busca saber onde está, mas logo é acometida por uma dor terrível como se inúmeros dardos fossem enfiados em sua pele. Onde estava? Como fora parar ali? E quem ela era? Encontrada por três crianças de sua idade a garota, agora com o nome de Alice, descobre que ela não é a única pessoa buscando por essas respostas. Todos os que um dia apareceram por aquelas terras surgem sem memórias, sem saber quem são e como foram parar ali. Algo tira suas lembranças, mas o quê? Seria uma espécie de magia ou apenas as árvores buscando novas histórias para contar? Ela não sabe. Mas talvez exista quem saiba. Acolhida por seus apreensivos amigos, Alice percebe que está em uma pequena aldeia esquecida por todos, um pedaço de terra que pertence a um reino maior, comando por rei tirando que conquistara seu poder com sangue, violência, braços fortes de seus serviçais brutamontes e algumas guilhotinas. E ela logo descobre que não possuir memórias não é o problema, mas sim o seu próprio surgimento. Todos sabem que os neonatos aparecem apenas na Cidade Real e em nenhum outro lugar. Então por que aparecera no meio do Bosque? Por que via imagens em seus sonhos, como lembranças? Lembranças apagadas por um grande borrão branco. Isso vai contra as leis do rei. E ela tem medo. Incontáveis perguntas sem respostas fazem com que Alice encontre apenas uma solução para não ser notada: viver uma vida pacata com os moradores da aldeia, seus novos amigos e um velho vendedor de ervas medicinais que a acolheu para protegê-la dos homens do rei. Porém, eventos inesperados farão com que o curso de sua vida seja alterado. Capturada e torturada, a garota se depara com novas descobertas que poderão mudar completamente sua história e a história de todos os moradores do reino. Basta saber se as mudanças serão boas ou se seu pescoço irá arder, arder o suficiente para fazer sua cabeça rolar.