A Bioética pode ser entendida como um novo campo de investigação que objetiva compreender, de forma crítica, as conseqüências praticas de uma nação que envolva terceiros, como também responder a questões filosóficas sobre a natureza da ética, o valor da vida, as conseqüências das políticas públicas e o rumo e controle da tecnociência. Pode-se, em particular, falar em bioética da proteção quando as ferramentas teóricas e práticas da bioética se referem ao impacto de ações humanas que possam representar riscos para a qualidade de vida das pessoas, dos animais e dos ambientes naturais, e, afortiori, quando tais ações representem verdadeiros danos aos mesmos. É com esse sentido específico que este livro aborda os desafios que a biotecnociência, a biopolitica e as situações persistentes relativas ao campo da saúde pública colocam aos humanos e, portanto, à bioética. A bioética da proteção, entendida como uma nova abordagem a ser aplicada em países em desenvolvimento, visa, em particular, normatizar práticas humanas, antecipando e incentivando os efeitos positivos e prevenindo eventuais efeitos daninhos para indivíduos e populações, no sentido de prescrever os atos considerados corretos e proscrever os incorretos dentro da realidade latino-americana. Nesse sentido, destaca-se uma nova leitura da bioética, tendo em vista as singularidades dos países em desenvolvimento, que convivem com níveis de desigualdade vergonhosos e com doenças próprias do subdesenvolvimento aliadas a patologias de países desenvolvidos.