De cabelo e barba ruivos, Khair-ed-Din (que quer dizer Protetor da Fé) passou a ser conhecido e temido em todo o mediterrâneo como Babarossa, o pirata. Começando a vida sob a liderança do irmão mais velho Aruj, com suas galés e galeotas saquearam no começo do século XVI inúmeras embarcações e cidades das potências europeias da época, abastecendo o mercado de Argel com riquezas e escravos cristãos. Em terra, se impuseram como guerreiros e estabeleceram as fronteiras do Reino de Argel, do qual se tornaram senhores, anexando-o ao Império Otomano.

Mas Khair-ed-Din foi muito mais que um corsário. Das figuras mais importantes da história do império turco, com status de herói nacional, Barbarossa era um homem culto e conversava em pelo menos seis línguas. Chamado pelo sultão Solimão, Magnífico, ele foi nomeado capitãopaxá da marinha otomana em 1533, com a missão de reorganizar e comandar toda a marinha turca. Em setembro de 1538, derrotou uma combinação de esquadras de Veneza, Gênova e do papa, comandadas por Andrea Doria, nas ilhas Jônicas, perto de Preveza. Isso deu aos turcos o controle do Mediterrâneo durante os trinta anos posteriores, permitindo que as forças de Solimão expandissem as fronteiras do Império Otomano do Danúbio ao Nilo e da Pérsia a Argel. O padrão de vida e o comércio no Mediterrâneo seriam transformados para sempre. O homem que em vida se tornara lenda, viria a se tornar a própria figura mítica do pirata, assombrando gerações de europeus por séculos.