O autorretrato está presente na arte há muito tempo. Leonardo da Vinci, Rembrandt, Escher, Van Gogh, Gauguin, Picasso, Frida Kahlo, Tarsila do Amaral e Vik Muniz são exemplos de grandes artistas que se autorretrataram. Fazer um retrato de si, mostrando em destaque o seu rosto e a sua expressão, muitas vezes pode levar à autorreflexão. Um mergulho na autorreflexão é o que acontece neste livro. Nele, a escritora e artista plástica Bueno, Renata apresenta várias versões de si mesma, todas preservando de alguma forma a sua essência. Como a autora mesmo conta: “Um desafio de descoberta sobre mim mesma. Um exercício diário de olhar para dentro de mim”. No final de maio de 2008, Renata começou a fazer os seus autorretratos; ela optou por usar pedaços de papéis diversos para compor o seu rosto e, para este trabalho, escolheu não usar tesoura. Cortava com as mãos os papéis que selecionava e, assim, tinha mais tempo para pensar com cuidado nas cores desejadas. Construiu texto e imagens juntos e elaborou uma trajetória de sua própria imagem revelando o seu estado de espírito, gostos, medos, incertezas, dúvidas, sonhos. Percorrendo as páginas do livro, o leitor, enquanto observa os retratos da autora, sente-se convidado a olhar para si e a refletir sobre a sua singularidade.