Desde a criação do Estado italiano em 1861, três fases marcaram as relações com o Brasil: o encontro dos homens, promovido pela imigração de massa ao final do século XIX, o progresso do diálogo, do conhecimento mútuo e das divergências, no período entre-guerras, e a moderna cooperação que seu buscou a partir de 1949. Essas relações bilaterais evidenciaram a evolução díspar que ambos os países apresentaram quanto ao modo de inserção internacional. Enquanto o Brasil encaminhava de forma lenta e retardada sua própria modernização, a Itália vencia a pobreza, fortalecia sua base de autonomia e partia para a competição. Os descompassos históricos e seus respectivos padrões de conduta foram objeto das investigações do autor. Após constatar que o dinamismo das sociedades, nesse caso, esteve à frente da letargia dos Estados, o autor persegue uma questão central: em que condições a política exterior age como elemento propulsor ou como elemento obstrutor dos processos contemporâneos de desenvolvimento. Conclui que, sem um salto de qualidade em suas relações internacionais, o Brasil perderá outro século atrás de Itália.