Vivemos em uma época em que o homem, tomado de uma certa ansiedade, a si mesmo pergunta, a propósitodo futuro que o espera: teremos com o que nos alimentar? Seremos atomizados? Serão nossos filhos idiotas ou super-homens? Tornar-se-á a terra inabitável? Irão ciências e técnicas liberar ou escravizar o homem?Prende-se tal angústia, diria Pascal à miséria do homem sem Deus que vive indeciso do seu futuro ("porque sem vós, Senhor, quem poderá subsistir"?) Mas, se não está o homem seguro do porvir, é que segurança não possui do seu passado nem certeza da sua origem.Assemelha-se o homem moderno a um órfão, filho espúrio, criança enjeitada, atirado por um desconhecido em um universo em convulsão. E a si mesmo pergunta quem ele é, donde vem e para onde se encaminha.