Quando perguntamos para uma menina “o que ela vai ser quando crescer”, muitas respondem “médica”, “veterinária”, ou – as mais avançadas – “astronauta”. Mas, existe uma turminha para a qual a resposta é uma só, e está na ponta da língua: “professora!”. Isto é o que dizem as garotas da escola onde trabalha a professora Catarina, a Cate. E não é para menos. Muito além de ensinar as disciplinas, ela é uma amigona, que está presente em todas as brincadeiras, e também nas horas das brigas e ciúmes, que também fazem parte do mundo das crianças.

As histórias de Catarina e da sua escola estão no livro em quadrinhos As aventuras da Professora Maluquinha, de Ziraldo, editado pela Globo. A Professora Maluquinha é amada pelos alunos porque não perdeu de todo o jeito infantil, e muito menos o bom humor ao se tornar adulta. Ela é jovem, simpática e bonita, e por isso sempre tem alguém tentando arrumar encontros românticos para ela. Principalmente duas tias solteironas, que adoram o papel de “Santo Antônio”. Mas, ela é mesmo apaixonada por ensinar (“e aprender”, como diz sempre).

Catarina não deixa de ter sua vaidade, e andou até mesmo um pouco preocupada com a aparência, quando começou a perder uns vestidos porque engordou um pouco, apesar de fazer muito exercício durante as brincadeiras e comer saladinhas no almoço. Ora, que mistério! É que os alunos estavam lhe entupindo de docinhos que as mães mandavam. Nada demais, tudo se resolve, afinal, com a troca de presentes pelas tradicionais maçãs. Em um dos episódios, a professor se aventura a dar algumas aulas numa escola rural, em substituição a uma amiga. E ali conhece outro universo, encantador, quando vai buscar uma menina que havia faltado na aula, com sua bicicleta.

Entre as festas e as brincadeiras, as conversas com as amigas e o relacionamento com a diretora e com os pais dos alunos (nem todos tão gentis assim), a Professora Maluquinha consegue tirar tudo “de letra”, “batendo um bolão” – até mesmo quando é desafiada pelos meninos na quadra da escola.

Quando falamos da profissão de professor no mundo dos adultos, tendemos a associá-la a um baixo reconhecimento – já que ninguém fica rico com o magistério, e os valores sociais estão infiltrados pela ideia de sucesso capitalista. No entanto, Catarina mostra todo um lado alegre deste ofício, talvez o mais belo do mundo. E as crianças adoram reconhecer na personagem a heroína que está no dia-a-dia delas... Sempre com um sorriso meio arteiro.