Mantenedora de animais exóticos, silvestres e domésticos junto ao seu marido, Ary Marcos, Raquel Borges conta com emoção e verdade, em Ariel, o leão de Deus, como ela, já com três filhas moças, tornou-se mãe de um leãozinho temporão. Após um parto complicado e dois filhotes mortos horas depois, a leoa Menina — criada por sua família com outros animais numa chácara em Maringá, interior do Paraná — permaneceu prostrada por quatro dias, o que chamou a atenção de Raquel. Preocupada, ela contatou veterinários para detectar se havia a possibilidade de Menina ainda carregar um filhote em seu ventre.

O improvável tornou-se fato e milagre: contra todas as expectativas, lutando para sobreviver, Ariel nasceu de cesariana. Rejeitado pela mãe, que dormia anestesiada durante a cirurgia, ele foi adotado como um verdadeiro filho por Raquel. Assim, o inusitado sonho que ela tivera meses antes — um pequenino leão dormindo ao seu lado na cama, tomando mamadeira e chupando seus dedos — transformou-se em realidade.

Criado dentro de casa, Ariel mostrou a todos o poder de sua majestade: a potência da doçura. A perfeita conjugação de força com fragilidade. Um animal selvagem temido pelo porte, mas que, com alegria, meiguice, respeito e mansidão, cativava e conquistava a todos: curiosos, veterinários, artistas, cantores, profissionais de TV, enfim, toda gente, de adultos a crianças. Contudo, nem só de flores foi a vida de Raquel e seu filho leão.