Neste conjunto de crônicas, Juremir Machado da Silva passeia por temas da vida de cada um de nós, atraindo o nosso olhar, conduzindo-nos a olhar junto com ele. Olhos abertos, olhos fechados, olhos ingênuos, olhos atentos, olhos curiosos — ver o simples ou o que há de mais complexo. Ele fala de um olhar de profundidade, de ver o que está por detrás e além do mundo da imagem, desse universo de tantas mudanças, que exige de nós uma nova forma de olhar e aprender a (vi)ver nesse novo espaço — o mundo cotidiano.

Numa escrita simples e fluente, temas diversos do mundo contemporâneo, como moral, família, mídia, felicidade, o novo homem, a nova mulher, o mistério da existência etc., vão sendo apresentados e entrevistos pelo leitor, sempre sob uma ótica interessante.

Ao expor suas idéias, o autor chama como aliados grandes pensadores de várias áreas, citando-os para ajudá-lo e acompanhá-lo em suas considerações. Dos questionamentos clássicos — quem somos? Que podemos esperar? Qual a nossa parte de responsabilidade no que somos e no que deixamos de ser? — aos mais recentes — existe uma nova ética? Quem é a nova mulher? Há um novo papel para o homem na atualidade? —, o leitor é levado a olhar, refletir e ver. Uma visão de mundo que se faz refletindo os olhares de uns, de muitos, de todos.

“Vê melhor quem olha nos olhos imaginários da realidade.

Vê em profundidade quem admira desde a superfície.
Nada que brilhe sob o sol merece ficar para sempre à sombra do conhecimento e do interesse do olhar admirativo.
Ver para compreender o que olhamos sem contemplar”, conclui o autor.

APRENDER A (VI)VER é como uma simples olhada: focaliza o que está bem diante de nós. Um primeiro olhar — enternecido, curioso, espirituoso, às vezes, bem-humorado, talvez, questionador — sobre o mundo cotidiano. Uma piscada de olhos para o que atrai, chama atenção, angustia, fascina, surpreende, semeia dúvidas ou simplesmente não encontra respostas. Não se trata de um enquadramento do tipo “vida: manual de utilização” ou de uma radiografia, mas de alguns pontos de vista ou de algumas vistas de um ponto.

Romancista, ensaísta, historiador, tradutor, jornalista e professor, o gaúcho Juremir Machado da Silva lançou pela Record, em 2004, o romance Getulio. Publicou também Cai a noite sobre Palomas, Viagem ao extremo sul da solidão, Fronteiras e a trilogia Mitomanias.