A trajetória de Anísio Teixeira pode ser analisada sob vários ângulos: professor de escola normal e de universidade; professor de Filosofia da Educação; administrador escolar no âmbito estadual e federal; escritor; homem público; intelectual excluído dos projetos oficiais. Cada um desses aspectos pode ser examinado separadamente; entretanto, seria interessante analisá-los também se levando em consideração tanto o momento histórico brasileiro no qual Anísio Teixeira desenvolve as suas idealizações e realizações quanto o envolvimento com outros intelectuais de sua geração, com os quais partilhou certas “afinidades eletivas”, resultando numa rede de contatos e elaboração de conhecimentos movimentados pelo intercâmbio de idéias. Dotado de consciência e visão prospectivas, Anísio Teixeira elegeu como palavras-chave “educação” e “pedagogia”, a fim de preparar os novos educadores para uma formação intelectual adequada, vislumbrada pelo autor como emergência da modernidade, que despontava com novos hábitos secularizados e maneiras de ser que deveriam ser valorizados. Propôs, assim, solucionar os males oriundos de uma sociedade competitiva, diferenciada, instável e secularizada, sob o signo de um tempo histórico dividido pela irrupção de múltiplos confrontos ideológicos. Em outras palavras, colocou a educação no centro de sua visão de mundo.