Utilizamos cookies para melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossa política de privacidade. Política de Privacidade..
Os agrotóxicos atingem com muito mais força mulheres, crianças, indígenas e camponeses que vivem no entorno dos cultivos de commodities, mas fazem parte do dia a dia de toda a população, já que estão presentes na água e na alimentação de cada vez mais pessoas. O Brasil é o maior consumidor mundial dessas substâncias, com mais de 700 mil toneladas por ano. Este livro compila dados alarmantes que nos permitem começar a compreender a gravidade do problema representado pelo uso massivo de herbicidas, pesticidas e fungicidas para a saúde humana e para o meio ambiente, uma consequência direta da globalização da agricultura, da concentração fundiária brasileira e da onipresença do agronegócio no país. Da leitura, emerge a certeza de que produção agrícola deixou de ser sinônimo de produção de alimentos, e que a saída está na agroecologia.
***
Para alguns, este livro servirá de ponto de partida para entender como foi possível que um único sistema agroalimentar se espalhasse física e ideologicamente pelo planeta. Para outros, será um ponto de interrogação: por que cultivos que não alimentam seguem se expandindo ano após ano — e, pior, contando com uma profunda complacência diante da promessa eternamente renovada de que a solução para o problema da fome está finalmente a caminho? No Brasil, a soja, esse grão exótico que nenhum de nós come, é o vetor de uma guerra cultural chamada agronegócio. É o micro-organismo que une o latifundiário dos Pampas ao grileiro de Santarém, no Pará; o prefeito no interior de Mato Grosso ao desembargador no litoral da Bahia; o cantor sertanejo ao dono do frigorífico. Debaixo de colheitadeiras e biotecnologia, por trás da face tech, o recurso didático é o mesmo de sempre: a pólvora. É o colonialismo na forma de venenos que os europeus já não querem e do mito da agricultura de precisão, que fumiga os vizinhos dos latifúndios, adoecendo o corpo e afetando a mente. Junto com o casco do boi, a soja transgênica expulsa o Guarani e o Kaingang no Sul, o beiradeiro da Amazônia e o geraizeiro no Cerrado. A onça, a sucuri e a capivara. O arroz, o feijão e a mandioca. Expulsa, violentamente, a crítica — inclusive a de Larissa, obrigada a se mudar para a Bélgica após uma série de episódios traumáticos. Quando tudo já era suficientemente trágico, eis que o agronegócio e o mercado financeiro encontraram no bolsonarismo a possibilidade de catapultar a acumulação primitiva e a destruição do planeta. Desse encontro nasceram o dinheiro e a estrutura necessários para dar ritmo de progressão geométrica à expansão da soja, que ameaça se tornar a primeira cultura agrícola a reinar do extremo sul ao extremo norte do país. O futuro não está nas páginas do livro de Larissa: é ao presente que ela nos convida, à urgência de um fim de mundo que se apresenta voraz. A pesquisadora reflete sobre a perseguição à cultura camponesa — especialmente às mulheres — e nos conclama a entender por que os conhecimentos acumulados ao longo de séculos são a única esperança de nos salvarmos do capitalismo.
— João Peres, na orelha
Nome
AGROTOXICOS E COLONIALISMO QUIMICO
CodBarra
9786560080225
Segmento
Humanidades
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
05/10/2023
Páginas
108
Peso
140,00
Configurações de Cookies
Este site utiliza cookies para melhorar a sua experiência. Você pode escolher quais cookies deseja ativar.
Esses cookies são essenciais para o funcionamento do site e não podem ser desativados.
Esses cookies ajudam a melhorar o desempenho do site.
Esses cookies permitem que o site memorize suas preferências.
Esses cookies são usados para personalizar anúncios.