A vida não funciona como um relógio: Memórias do Homem Azul, do consagrado escritor mineiro Edimilson de Almeida Pereira, é formado por 21 poemas, divididos em cinco partes (“Sem data”, “Rondó”, “Ao alcance da mão”, “Mascarada”, “Sem data”). O livro traz composições sobre as memórias de infância e sobre a vida atual, em que o poeta-menino já tem filhos e se ocupa com reflexões sobre a finitude. Em dicção que combina a singeleza da percepção infantil à elaboração persistente da visão do adulto, os poemas dialogam com a tradição da poesia brasileira (Bandeira, Drummond, Mário de Andrade) em seu retrato da fantasia, dos castelos imaginativos, dos contos de fadas e dos desejos pueris, com vocação para o desencanto e a melancolia, mas também para a crença no futuro e na esperança da palavra semeada. A metáfora do poema como “gesto que dura para sempre” resume a vocação literária como uma combinação de fugacidade e permanência. Tiragem numerada de 400 exemplares costurados à mão. Capa e projeto gráfico de Sílvia Nastari. Edição de Bruno Zeni.