A Global Editora acaba de levar às livrarias A sensação de setembro, romance picaresco de Marcos Rey, que desafia a mes-mice da ficção bem-comportada, contendo todos os ingredientes de uma grande sátira social. Nessa obra não há estagnações: intelec-tualizados ou não, os personagens saem à cata do prazer, da segu-rança, do triunfo.

Seu elenco movimenta-se no final dos anos 1960, gente ex-pressa dos anos dourados: a gorda, rica e extravagante Duducha Kremmelbein, figura de ópera-bufa, brilha a cada aparição; seu filho Rudi, dono de uma esquadra em miniatura, é um júnior genial, mas sua orientação sexual depende de um psicoterapeuta full time, doutor Amarante, mestre na administração de conflitos alheios; Stênio Rossi, violinista e compositor inédito, surpreende o próprio destino, materializando um sonho impossível; Olegário, mordomo e guardião moral da família, é uma espécie de baixo-profundo na es-cala vocal desta esfuziante opereta. E há também duas overdoses de sensualidade, duas verdadeiras sensações: Bruna Maldonado, modelo excitante de revistas for men, e Claudete, curvilínea faxi-neira das áreas verdes da paradisíaca mansão Kremmelbein; uma ao sol, outra à sombra da noite, envolvidas numa disputa mortal.